Hoje levantei e fiz um check up na moto, tomamos o café
feito por nosso padeiro particular Fabiano, kkkkkkkkkkk e seguimos rumo a Santa
Fé, uma comunidade quilombola próximo à Costa Marques, Rio Guaporé acima; mas
por via terrestre. Depois de um trecho de terra chegamos à comunidade. Fomos
recebidos e encaminhados ao líder da comunidade o Sr. Sebastião; que no momento
de nossa chegada estava fazendo farinha. Acompanhamos ali com eles o processo
de colocar a massa na prensa, prensa essa bem rústica por sinal. Logo após ele
nos convidou para bater um papo embaixo da cobertura de palha da farinheira,
onde tem o tacho de torrar a farinha. O Sr. Sebastião nos contou a história da
comunidade, seu início, suas lutas, dificuldades e conquistas. Presenteou-nos
com uma revista sobre a comunidade; muito bem organizada por sinal. A
Comunidade Quilombola de Santa Fé do Guaporé é mais antiga que Costa Marques; e
a atual cidade de Costa Marques, deveria ter sido criada ali onde hoje é a
comunidade. Mas por conta do Forte, a cidade foi desenvolvida um pouco mais
abaixo no rio. Ali na comunidade conhecemos vários outros moradores, como o Sr.
João de 83 anos e ainda trabalhando duro, com uma ferramenta parecida com uma
enxada, por eles chamada de “pala”. O Sr. João que fala um português bem misto
com o castelhano é brasileiro; mas filho de bolivianos; e segundo ele, essa
ferramenta, a “pala”, é a ferramenta usada por eles para capinar. Segundo ele,
uma das grandes vantagens é que não suja os pés com terra e poeira. O Sr. João
é pastor da Igreja Assembleia de Deus existente ali na comunidade.
Conhecemos também a antiga escola da comunidade e o prédio
mais antigo; que está a uns 300 metros do aglomerado de casas da comunidade. A
antiga escola esta bem perto da margem do Rio Guaporé; e segundo Sebastião
líder da comunidade, foi construída por volta de 1960 por ordem de Dom Rey, Bispo de Guajará Mirim na época. Da escola
chegamos até o pequeno porto da comunidade, onde as canoas que eles usam para
pescar estavam atracadas. Dali voltamos à comunidade e conhecemos D. Mafalda
mãe do Sr. Sebastião, ela que mora ao lado da peqena igreja católica da
comunidade; essa sim tem história para contar. Descendente direta de
quilombolas, nos contou onde nasceu e como foi parar ali; bem como toda a
história da comunidade ao longo de todos esses anos vivendo ali. Depois de
conversar bastante com ela e com o Sr. Aparecido um vizinho; seguimos de volta
à Costa Marques. Em Costa Marques tivemos que voltar à casa do Luiz, pois eu
precisava ajustar a corrente de comando da minha moto, que estava batendo
muito; bem como o Fabiano havia esquecido seu celular carregando na sala da
casa do Luiz. Depois de ajustar a corrente de comando da moto e almoçarmos; nos
despedimos mais uma vez do Luiz e família; os agradecemos imensamente, e então
seguimos rumo a Seringueiras, passando de volta por São Domingos e São Francisco.
Chegando a Seringueiras, entramos na cidade que esta toda de
um lado só da BR 429; fizemos várias fotos, inclusive a foto oficial na
prefeitura, e seguimos para são Miguel do Guaporé, onde também já havíamos
passado na ida para Costa Marques. Passamos quase que direto por São Miguel, já
que o tempo estava correndo muito rápido, e ainda havia muito chão pela frente.
Uma fotita apenas da BR mesmo e aceleramos rumo a Terra Boa. No caminho entre
São Miguel e Terra Boa encontramos dois jovens empurrando uma moto, creio que
estavam a uns 20 km de são Miguel, para onde estavam indo. Paramos para ver o
que era, e nos disseram que era gasolina. Retiramos gasolina da Teneré 600 do
Fabiano, que com seu tanque com capacidade para 24 litros, estava esbanjando
gasolina, kkkkkkkkkkkkkkkkk ...o que fez
os jovens irmãos Tiago e Lucas abrirem um sorriso de orelha a orelha,
kkkkkkkkkkkkkkkkkk ...olhando um para o
outro eu ouvi quando um disse para o outro: Deus é bom né!?!
Resolvido o problema nos perguntaram quanto era. Eu disse
para eles, apenas retribuam esse favor à outra pessoa, caso algum dia encontrem
alguém assim com problemas na estrada. É claro que devemos avaliar a situação
antes de parar para ajudar alguém; eu faço isso; gosto de ajudar, mas avalio a
situação primeiro. Passo pela pessoa mais devagar avaliando, somente para
depois, dependendo da situação, tomar a decisão de parar ou acelerar mais forte
ainda, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Seguindo após a ajuda aos irmãos, chegamos a Terra Boa,
distrito de Alvorada. Vila pequena de beira de estrada, mas com um variado comércio,
inclusive combustível; o nome faz referência à terra muito fértil nessa região.
Seguimos e chegamos a Alvorada D’Oeste já na boca da noite;
algumas fotos a noite mesmo... mesmo assim
rodamos pela cidade conhecendo um pouco mais, e como as fotos tiradas a noite
não passam muito bem a realidade do lugar, pois não dão a visão de
profundidade; resolvemos encerrar ali nossa viagem. Continuaremos depois, em
outro fim de semana; pois ainda nos faltou conhecermos a vila Tancredópolis, a
cidade de Castanheiras, a vila Jardinópolis e a Comunidade Agrovila.
Fizemos uma merenda numa panificadora em Alvorada, enquanto
eu copiava as fotos da câmera do Fabiano para meu netboock. O Fabiano realmente
gosta de fotos; tirou mais fotos que eu; somando muito à Expedição Rondon;
obrigado Fabiano, pela companhia e pelas excelentes fotos! O Fabiano também tem
um blog onde escreve e posta fotos de suas aventuras; faça uma visita lá na
página dele e confira, vale a pena. Viagens do Padeiro
Seguimos juntos até a BR 364 em Presidente Médici, onde nos despedimos; o Fabiano
seguiu para sua casa em Ji-Paraná e eu aqui para Rolim de Moura. Chegamos bem,
em nossas casas, estamos bem.
Obrigado por nos acompanharem nessa carona virtual; abraço a todos vocês! Assim termina a 3ª Etapa; muitas cidades, vilas, caminhos, pessoas... tudo esta dando certo. Devagar estamos conhecendo Rondônia. Quero agradecer a cada um que esta acompanhando essa viagem por nosso estado. Agradecer imensamente minha família e amigos pelo apoio e torcida. Agradecer também meus companheiros em cada etapa. Nessa especificamente o aventureiro Fabiano Silva pela companhia.
Obrigado por nos acompanharem nessa carona virtual; abraço a todos vocês!
Agradecer aos patrocinadores, que acreditaram em nosso projeto e assim esta sendo possível realizá-lo. São eles: Rolim Net, Rilt Engenharia e construções, Hospital Bom Jesus e Clínica Center Med, Vetclin, Academia Godoi de Jiu-Jitsu e JJ Store Artigos Esportivos, Poconé Veículos, Canopus Motos Honda e Total S/A Frigorífico.
Total do dia: 456 km.
Entre Costa Marques e
Rolim de Moura, segundo a rota da Expedição Rondon, 3ª Etapa.
Nos despedindo de nosso anfitrião em Costa Marques, meu amigo Luiz.
Estrada para a Comunidade Santa Fé.
Associação Quilombola de Santa Fé
Foto dos moradores de Santa Fé. Foto retirada da revista da associação.
Sr. João de 83 anos na lida.
"Pala", esse é o nome dessa ferramenta de origem boliviana
A vila
Sr. Sebastião líder da Associação Quilombola de Santa Fé; fazendo farinha
Sr. Sebastião nos presenteando com alguns exemplares da revista feita com a história da comunidade
Sr. Sebastião, homem simples, mas muito instruído e culto
Familiares
Estradinha para o porto e também para a antiga escola
A natureza aqui é bem interessante
Campo de flores
Ruínas da antiga escola, construída em 1960
Seguindo para o porto da comunidade
Porto da comunidade no Rio Guaporé. Do outro lado já é Bolívia.
Amazônia
Sr. Aparecido e Dona Mafalda, mãe do Sebastião, líder da comunidade
Casa de D. Mafalda
Igreja
A caminho de Seringueiras, já voltando.
Seringueiras
Prefeitura Municipal de Seringueiras
Bandeira de Seringueiras
Praça de Seringueiras
Lavoura de arroz
Pássaro secando as asas
São Miguel do Guaporé
Colheita de arroz
Ajuda aos irmãos Tiago e Lucas, na estrada sem gasolina
Terra Boa, distrito de Alvorada
Deixando Terra Boa
Chegando em Alvorada D'Oeste
Linda foto noturna
Prefeitura de Alvorada
Voltaremos de dia aqui em Alvorada para fazer melhores fotos
Nesse dia para mim foi muito... muito espceial, conheci os lugares que a tempos vinha planejando conhecer como o Forte Príncipe da Beira, Costa Marques e a Bolívia (as palafitas), mas me surpreendi quando chegamos na Comunidade Santa Fé, realmente ali me deparei com paisagem natural exuberante, histórias de pessoas que fazem parte da história de Rondônia e do Brasil cuja historias eu estudava quando cursava o Segundo Grau e pude ver os fatos e compara-los como realmente são... muito obrigado Andarilho pela oportunidade que me proporcionou... realmente valeu muito!
ResponderExcluirObrigado ao Luiz (o paizão) e sua esposa pela cordialidade em nos receber (fui bem tratado e vou voltar viu paizão) la em Costa Marques.
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