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...bem vindo a porta que te levará a viajar comigo; que te fará meu companheiro(a) em cada nova aventura... e história nas antigas; venha, vamos juntos conhecer o mundo... Andarilho.

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Porto Velho , Rondônia, Brazil
...Motociclista aventureiro, apaixonado pela vida e pela liberdade... ...Andarilho autodidata em moto turismo; é otimista, prega e tem por objetivo, viver a vida intensamente com responsabilidade; preza pela direção defensiva e responsabilidade no trânsito, é disciplinado e adora desafios. Possui vasta experiência em viagens de curto, médio e longo alcance; e tem prazer em planejar, organizar e executar expedições, viagens e passeios; sempre muito bem acompanhado por sua fiel companheira "Sarita", sua Nx 350 Sahara 1999; manja da mecânica básica de motos e fala "portunhol" 🤣

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Expedição Machu Picchu; 15º dia-16 de julho de 2008

Depois de quase 10 anos encontrei meu caderninho com nosso diário de bordo e então estou postando...

Nosso hotel em Monteiro não servia café da manhã. Então arrumamos as bagagens e seguimos; mas para encurtar caminho e não ter que passar em Santa Cruz; pegamos um atalho por uma estrada de terra para economizarmos 65 km. Partimos ainda no asfalto nessa região canavieira da Bolívia. Depois de pouco rodar chegamos em uma cancela; o Roberto parou a frente e eu mais atrás; fiquei observando a abordagem do policial, que não pediu nenhum documento; então depois de uma pouca conversa entre eles, o Roberto apontou para mim, e ele veio até mim; na hora eu já sabia que ali estava nossa 1ª e única propina de toda a viagem; pois o dinheiro trocado, especialmente guardado para as possíveis propinas estava em um dos bolsos externos da minha calça. Dei 10 bolivianos ao policial, que prontamente baixou a grossa corrente com tiras vermelhas penduradas para melhor visualização; então seguimos e depois de um trecho o asfalto acabou. Seguimos por essa estrada de terra com alguns trechos bem ruins, até a beira de um rio bem largo, com muitas balsas de madeira muito pequenas que mal cabiam uma moto. Quando chegamos, eu desci o barranco com a moto e então vieram mais de dez homens correndo em minha direção com facões e alguns pedaços de pau tipo varotes na mão; corriam e gritavam alguma coisa... foi um cagaço daqueles; eu não tinha como voltar rápido, pois era um barranco de areia; então eu gritava para o Roberto: vai, vai, corre! Kkkkkkkkkkkk... sei lá porque, acho que era pelo menos para ter certeza que alguém avisaria a viúva do ocorrido, kkkkkkkkkk (É fácil rir agora... mas na hora foi tenso). Então rapidamente fui cercado por eles... sujos, gritando... discutiam entre eles... loucura; até nós entendermos que eles todos ali eram donos de balsas disputando os clientes, foi uma eternidade... que na verdade deve ter durado segundos kkkkkkkkk Numa hora dessas a gente não pensa direito; mas eu pensava se tratar de um assalto, roubo, ou que estávamos numa área proibida; foi um susto muito grande. Depois do susto, mesmo com o coração ainda disparado, escolhemos nossa balsa. Como todas eram pequenas e não teríamos como virar as motos dentro para sair; nem pensamos e por conta do susto, erradamente também não perguntamos o preço; escolhemos logo a balsa grande; que depois descobrimos era para atravessar caminhões. Isso nos custou 200 bolivianos; com essa quantia compraríamos 200 litros de gasolina; fizemos isso para economizarmos 65 km de asfalto. Definitivamente atalhos não valem a pena!
Depois de mais terra do outro lado do rio do “desespero”, chegamos novamente ao asfalto; mas aí já não tinha mais jeito... as cuecas já estavam borradas e com 200 bolivianos a menos no bolso, kkkkkkkkkk...
Seguindo pelo asfalto, chegamos num restaurante de beira de estrada e então almoçamos ali. Depois do almoço seguimos pelo asfalto e logo mais adiante terra de novo; mas dessa vez seguiríamos por terra por mais de 400 km até a fronteira com o Brasil, em San Matias. Nesse meio o pneu dianteiro de minha moto furou; então paramos num lugar bonito, tipo uma pousada para na sombra trocar a câmara de ar. O Roberto fez todo o serviço e então seguimos pela estrada de terra; muito cascalho, areia e poeira. Chegamos à noite em San Ignácio, cheios de poeira e muito cansados. Ficamos num hotel muito bom, ambiente agradável, ar condicionado, garagem fechada... O interessante é que até Cochabamba, as noites eram frias; descer a cordilheira, no caso de Montero, já tivemos que usar o ar condicionado em vez do aquecedor; incrível a diferença de tudo em um dia bem andado de moto. Na ida também aconteceu o mesmo, de Puerto Maldonado até o trecho em que estávamos às 16:00 hs da tarde, muito sol e calor; +- 35°C; no mesmo dia à noite, já próximo dos 3.000 m.s.n.m. antes de Marcapata 25 kms, onde dormimos, durante a madrugada chegou a +- 5°C; diferença incrível de 30°C nas mesmas 24 horas. Por isso e muito mais digo: vale muito a pena se mexer, conhecer o mundo, viver a vida. O Peru e a Bolívia são tão perto, tão baratos; e não têm os perigos que muitas pessoas falam. Se você se mantiver nas vias principais e não sair do centro das cidades sem uma pessoa que conheça o lugar; um exemplo disso foi o nosso atalho; baita susto e muito dinheiro jogado fora.

Voltando à sequência da viagem... no hotel em San Ignácio... tomamos um bom banho, trocamos a roupa, limpamos mais ou menos as jaquetas, e tivemos que colocar as botas do Roberto no banheiro, por conta de um chulézinho básico, kkkkkkkkkkkk; e então saímos para jantar. Encontramos um espetinho de um brasileiro, e então conseguimos comer uma comida brasileira mesmo ainda estando dentro da Bolívia. Passamos numa Lan House, deixamos recado para a família, e fomos dormir.


 Estradas de terra na Bolívia

 Região canavieira próximo a Santa Cruz

Estrada de terra sentido Okinawa; já no atalho 

 O atalho

Rio Grande (o rio do desespero)

 Foto do google maps; por coincidência tirada um mês antes da nossa passagem pelo mesmo local, pelo meu amigo finado Dr. Joaquim

 Balsa

 Rio largo e raso

 Fazendo pose, todo borrado kkkkkkkkk

 A balsa sendo puxada por pessoas dentro d'água

 Alegrin por não ter morrido kkkkkkkk

 Restaurante



 A entrada

O almoço 

 Lavoura de girassol, muito bonito

 Sarita com pneu furado

 Roberto fazendo a troca da câmara de ar



 O hermano que nos ajudou a resolver o problema









 Estradão





 Hotel em San Ignácio







 Hotel muito agradável e bonito

 Aqui dá até para relaxar um pouco

 Muita poeira



É nóis mano

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Expedição Machu Picchu; 14º dia-15 de julho de 2008

Depois de quase 10 anos encontrei meu caderninho com nosso diário de bordo e então estou postando...


Depois do café fomos cambiar dinheiro, ver o preço dos eletroeletrônicos numa feira especializada, bem como comprar alguns mp4. Voltando seguimos para Santa Cruz de La Sierra. Estrada linda e perigosa; descemos a cordilheira mascando chicletes, para ir descomprimindo os ouvidos. Mesmo assim, como a descida brusca, os ouvidos sentem a diminuição rápida da pressão. Em cada curva, um montão de cruzes... e enfim depois de bastante rodar, altitude de 250 m.s.n.m. As motos já reagiram diferente, andando até a 120 km/h mesmo com o giclê da altitude. Então chegou a boca da noite e decidimos não irmos para Santa Cruz, por se tratar de cidade grande; optamos por dormir em Montero, cidade pequena, próximo a Santa Cruz. Um garoto numa moto pequena nos guiou até um hotel com estacionamento; hotel muito bom, pelo tamanho da cidade. Tomamos uma paceña para aliviar a tensão da estrada; comemos uma pizza no quarto mesmo e fomos dormir.


 Raridade que encontramos no centro de Cochabamba

 Café da manhã no hotel







 Algumas fotos de Cochabamba



 Nascer do sol em Cochabamba











 Quem souber algo sobre essa moto, comenta aí pra gente sobre ela.











 Hora de pegar descendo para Santa Cruz de La Sierra

 Na estrada sentido Santa Cruz

 Sempre descendo



Cordilheira entre Cochabamba e Santa Cruz 



 Garagem do hotel em Montero, perto de Santa Cruz

 Hotel

 Roberto tomando uma paceña para não perder o costume

Nossa casa por essa noite.
As vezes fico pensando... saímos sem avisar e chegamos também sem avisar; nos postos de combustível, nos restaurantes, nos hotéis... e sempre nos recebem e nos servem com carinho; ha mais querem ganhar dinheiro! Sim ainda bem... porque do que adiantaria você com cinco mil reais no bolso, na estrada no meio do nada; sem gasolina, com fome e sede, sem ter onde dormir... vendo assim; tem um algo a mais nessa situação... pela distância de nossa casa; chegar e ter uma cama macia bem limpinha para dormir, um banheiro, uma toalha limpa e cheirosa... o que comer... isso não tem preço! Obrigado a todas as pessoas que nos servem durante uma jornada como essa. Sei que muitos talvez nunca vão nem ficar sabendo que escrevi essas linhas aqui; mas quem sabe as pessoas que como eu também viajam, seja de que meio for, reflitam sobre isso; e passem a valorizar mais esses serviços tão necessários, que nos são prestados durante uma viagem. Olhem a foto acima e pensem nisso. Obrigado.