Depois de quase 10 anos encontrei meu caderninho com nosso
diário de bordo e então estou postando...
Levantamos, tomamos café, arrumamos as bagagens nas motos;
tiramos algumas fotos com o pessoal do Hotel Casa Grande; nos despedimos desses
amigos que nos trataram tão bem durante nossa estadia ali, e seguimos para
Puno. Minha moto, a sahara, com o filtro novo de espuma, que eu havia feito, melhorou
bem; mas ainda assim não rendia, pois estava com o giclê 128; e segundo o
mecânico da moto peças onde havíamos comprado os giclês, o recomendado para
350cc seria o giclê 115. Como tínhamos o 115, paramos em um posto de
combustível entre Cusco e Urcos, e o Roberto trocou para mim. Lá conhecemos o
“Bebeto” e sua turma; que nos pagaram uma coca-cola, já que não aceitamos a
cerveja que eles estavam tomando. Pessoas muitos gentis; tiramos algumas fotos
com eles e seguimos. Minha moto melhorou bastante com o giclê mais fino. Esse
trecho entre Cusco e Puno é muito bonito e também bem agropecuário; muitas
lavouras e animais. Lá não tem cercas, e os animais são pastoreados por pessoas
e cachorros, que também são muitos na beira da estrada; se deve ter muito
cuidado ao pilotar nesse trecho. Nesse trecho a paisagem é de tirar o fôlego, é
o altiplano peruano. Almoçamos em um restaurante rural, lindo demais, no meio
do nada. Durante nosso almoço havia muitos moradores da região em uma reunião
discutindo sobre a construção de uma hidroelétrica na região. Foi ali também
que fiquei sabendo o que eram aqueles apetrechos tipo esculturas de bois,
galos, ovelhas, cereal... sempre acompanhados de uma rosa dos ventos, que a
gente vê em cima das casas. Segundo a senhora do restaurante, são tipo amuletos
para se continuar tendo fartura de comida, bem como também uma espécie de
agradecimento pelo pão de cada dia; muito bacana. Seguindo, enquanto passávamos
pela região de Santa Rosa, não pude conter a emoção de estar ali e chorei
dentro do capacete pilotando minha companheira; afinal era minha primeira vez
fora do Brasil, e olhando a minha volta, tudo era demais para mim; eu estava
amando fazer aquilo tudo ali. Da sensação de voar, ao clima; tudo era
perfeito... o choro era de felicidade. Seguimos e conforme ficava mais tarde o
frio aumentou muito. Na chegada de Juliaca os policiais nos pararam; ficamos
com muito medo que eles pedissem nossos documentos, pois não conseguíamos nem
tirar as luvas. Estávamos com dois pares de luvas, uma daquelas peruanas de lá
por dentro de nossa luva grossa de inverno; daquelas que tira todo o tato,
sendo impossível, por exemplo, se fazer uma foto. Ainda bem que só perguntaram
de onde estávamos vindo, e para onde iríamos, e nos liberaram. Chegamos a Puno
às 20:00 h. Depois de um banho “caliente”, fomos jantar uma pizza em uma
lanchonete onde o forno que se assava as pizzas, também aquecia o ambiente;
muito bom. Vimos no cardápio: “vino caliente”, então pedimos; que coisa boa;
chegou saindo fumaça; vinho quente tipo quentão, num copo de barro cerâmico;
ótimo para rebater o frio e também esquentar as mãos, segurando aquele copo
quentinho. Depois do “vino caliente” e da pizza; saímos da pizzaria que estava
quentinha; imagina o frio lá fora. Saímos um atrás do outro, encolhidos,
andando rápido para o hotel, para entrar logo debaixo dos cobertores e
acolchoados, kkkkkkkkkkkkkk...
Ótimo lembrete para quem está na estrada longe de casa
Pessoal do Hotel Casa Grande
Saindo de Cusco, sentido Puno
Turma do Bebeto (de amarelo)
Roberto trocando o giglê da minha moto
Restaurante rural
Vista do restaurante
Amuleto da fartura no teto
Avante, sempre avante!!!
Roberto na estrada
Neve na montanha
Sarita, companheira de muitas aventuras
Pedágio; no Peru moto não paga
Águas Calientes, comunidade com águas termais e medicinais
Pastoras, cuidando das ovelhas
Divisa Cusco - Puno
Feira de artesanatos
A frentista trabalhando com a filhinha na costa
Tirando um soninho
Linda e meiga imagem materna
Hotel em Puno
Aquecedor no quarto; muito frio a noite
A pizzaria do "vino caliente"; além do ambiente ser bem quentinho, o vinho e a pizza eram muito bons também, kkkkkkkkk...
A pizzaria do "vino caliente"; além do ambiente ser bem quentinho, o vinho e a pizza eram muito bons também, kkkkkkkkk...
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