Depois de quase 10 anos passados, após a Expedição Machu
Picchu 2008; essa que foi minha primeira viagem de moto fora do Brasil;
encontrei meu diário de bordo; um caderninho, onde todos os dias eu escrevia. Então
resolvi postar como diário; como faço hoje em minhas viagens atuais. Confesso
que muita coisa que li no diário, eu já havia esquecido; principalmente dos
detalhes; como foi bom ter anotado tudo. Nessa época, aqui no Brasil ainda
usávamos o Orkut ; no Peru, grande parte da Estrada do Pacífico ainda era de
terra; internet só em Lan House; telefone só em cabines, nas cidades de maior
porte; e a maioria dos postos de combustível das cidades pequenas e vilas na
beira dessa estrada, ainda abasteciam no funil. Não parece fazer tanto tempo
assim; mas muita coisa mudou... acompanhei essa mudança, esse desenvolvimento;
durante outras viagens que fiz ao Peru, nos anos que se seguiram. Estou
transcrevendo(digitando) o diário, tal como foi escrito por mim em 2008; sem
mudar nada. Não deixando assim que a minha experiência de hoje sobre essa
região, faça com que eu mude palavras e/ou situações, que escrevi na época.
Eternizando assim esse texto original, do jeito que foi escrito e pensado na
época; sem interferências atuais. Apenas quando encontro alguma situação que
julgo ser interessante e até necessário alguma observação; adiciono uma (Nota: ...), entre parêntese, para
enriquecer, comparar, atualizar e até corrigir algum dado do texto; sem mudar a
realidade e o tempo em que o mesmo foi escrito.
O caderninho
Diário de bordo
Essa viagem de moto para o Peru e Bolívia, bem como partes
do Brasil; denominada Expedição Machu Picchu; foi inicialmente sonhado pelo Roberto;
motociclista e professor aqui de Rolim de Moura. Depois que nos conhecemos e
começamos a trocar ideias; creio que ele viu potencial em mim para ser seu
companheiro na realização do sonho dele em conhecer Machu Picchu; e me convidou
para ir com ele. Eu sempre gostei de viajar, de me aventurar... mas fazer uma
viagem assim, para outro país, eu nunca tinha nem pensado nisso. A partir dali,
daquele convite, daquela ideia; comecei a pensar muito em tudo isso, e a
pesquisar. Já tinha ouvido falar em Machu Picchu; mas nunca havia me interessado
por isso não. Me aprofundei em tudo e realmente era um mundo novo para mim; mas
eu estava gostando muito da ideia. Então dia 12 de dezembro de 2007 decidimos
que iríamos e fixamos o mês da viagem: julho de 2008. Então auxiliado pelo
Roberto, comecei minha preparação; ele me dizia o que precisaríamos e eu ia
comprando; enquanto ele ia fazendo o planejamento da viagem. Ele sempre me
passava o que estava acontecendo e alguma novidade quando aparecia; e a viagem
foi tomando forma. Nesse meio tempo, a mãe do Roberto veio a falecer; o que
causou um abalo muito grande nele. Muitos pensavam que não haveria mais viagem.
Mas muito pelo contrário; o Roberto me disse um dia: “agora é que vou mesmo”;
havia descoberto como funciona a vida; e ficar não mudaria nada, só pioraria. E
mesmo passando por esse momento de dor continuávamos nosso plano. O Roberto é
aquele tipo de cara que comprava uma jaqueta de cordura nova impermeável; e em
casa pedia pras filhas jogarem água nele de mangueira para ver se era
impermeável mesmo, kkkkkkkkkkkkkkk figura esse irmão. Enfim estávamos prontos;
o dia chegou e partimos... para o que seria a porta para um mundo ao qual eu me
apaixonaria e passaria a amar de verdade, que é o motociclismo de aventura, o
moto turismo. Agradeço de coração ao Roberto, o Professor Roberto, como é
conhecido aqui em nossa cidade; realmente você foi um ótimo professor, e me
apresentou um mundo novo. Hoje eu sou um cara muito feliz fazendo o que faço; e
creio que viverei isso para sempre, pois amo fazer isso; Obrigado Mestre
Roberto Campos Oliveira.
Professor Roberto, chegando em Iñapari-Peru
Eu e o Roberto em Machu Picchu - Missão cumprida!
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